terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

     Visitamos Marraqueche em janeiro de 2010. Nesta viagem descobrimos o significado do termo choque cultural. Logo no início, procurando uma casa de câmbio para trocar os Euros que trouxemos da passagem pela Europa, por Dihan, moeda local, paramos para ver o que fazia aquela multidão , em círculo, na PRAÇA JEMAA EL-FNA. Estavam admirando o encantador de serpentes. Claro que fotografei e, para minha surpresa, fui assustadoramente abordada por um marroquino desesperado por Dihans. Veio com a cobra em minha direção. Tinhamos que pagar ou deletar a foto, afinal, a Naja era a celebridade da região.
     Passado o susto, trocamos o dinheiro e meu marido pagou por mais fotos, como podem ver. 


Nesta praça tudo acontece. Dentistas, ou melhor, tira dentes, sentados em banquetinhas, com suas mesas cheias de dentes , o que demonstra sua experiência em extraí-los.
     Durante o dia, cobras, macacos, vendas de chás, de produtos embelezadores, tatuagens de henna e a noite uma feira com mais de 90 barraquinhas de comida com sugestões bizarras em seu menu, como cérebro de carneiro, cabeça de carneiro crua , em exposição, para sua escolha, além de comidas francesas como sopa de esgargots e menu local, kafka, tajine, cuzcuz mas também batatas fritas e tudo acompanhado de um delícioso chá de menta. Tudo servido com muita alegria e pouca higiene. A parte engraçada é que você é literalemte achacado por cada "metre" de cada uma das barraquinhas pelas quais passar em frente, mas , ultrapassando a linha "imaginária" que delimita uma da outra, você deixa de ser importunado ou convidado, como queria interpretar, pelo tal rapaz (metre) e passa a ser importunado pelo próximo. Acabamos voltando na primeira barraquinha que foi a que mais gostamos. Veja na foto a alegria deles em nos servir.


Os soulks...ahhh os soulks...pena que minha mala só podia ter 20kg. Coisas lindas, bom preço nos tecidos, tâmaras, Bules de prata,copos decorados para tomar chá de menta ( veja a foto) bolsas de couro e seda, roupas, jóias, muitas jóias, esmeraldas, turquesas,...
     Tudo que lhes contei está na chamada "Old City", cercada pelo muro, no qual não entram carros. Veja na foto que eles estão tirando nossas malas do taxi mercedes antigo e colocando num carrinho de mão. 


Fomos a pé dali até o RIAD Zara onde nos hospedmos, na foto em seguida está o nosso quarto, aliás, os aposentos dos Riads  não tem janelas para fora, pois não podemos espiar o vizinho. O que fiz? Claro...subi no muro para ver a cidade e ...levei aquela bronca do senhor que descansava no terraço ao lado!!!
     A Cidade Nova , fora dos muros é rica, limpa, linda, organizada. Vale a pena conhecer. Tem uma vista linda das montanhas Atlas, o Palácio Bahia, as ruínas do Palácio El Badi, dentre outro monumentos. 
   Não podemos esquecer do Minarete, com suas 3 esferas de ouro.      Conta a lenda que as esferas representam as 3 uvas que uma das esposas de um Sheik comeu durante o Ramadan, período de jejum muçulmano. Este mandou derreter parte das jóias de sua esposa e construir este minarete com as esferas.Quantas jóias não deveria ter essa esposa, não acham?


     Três dias nessa cidade e passamos a conhecer, entender e respeitar a cultura local. 
     Sem dúvida uma experiência inesquecível que todos deveriam experimentar um dia. 

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